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Desenvolvimento, Desigualdade e Cooperação Internacional em Saúde

A Revista Ciência & Saúde Coletiva trata pela primeira vez, em sua história, do tema da Cooperação Internacional em Saúde sob a ótica do Desenvolvimento, em sua edição 22.7 de julho de 2017.

Organizada no âmbito do Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia da Saúde (NETHIS/Fiocruz Brasília), com a colaboração do Observatório História e Saúde (COC/Fiocruz) e tendo como editores os pesquisadores José Paranaguá de Santana e Fernando Pires-Alves, esta edição apresenta artigos sobre os processos históricos que informam as relações internacionais em geral, e de saúde em particular, evidenciando dois grandes paradoxos. O primeiro é a sinergia entre mais desenvolvimento e mais desigualdade, graças à gritante disparidade entre o avanço científico, tecnológico e econômico entre os países mais desenvolvidos e a escassez desses ativos fundamentais entre os subdesenvolvidos, na história contemporânea. As discrepâncias que se avolumaram ao longo do tempo se projetam sobre a qualidade de vida e saúde nos dois extremos, e mostram problemas quase intransponíveis para sua superação. O segundo ressalta a tensão entre solidariedade internacional e interesses nacionais nos setores científico e tecnológico, econômico, industrial e financeiro que, efetivamente, definem os acordos geopolíticos e militares entre países. Disputas de poder entre governos e influência escancarada de interesses de grandes transnacionais são fatores importantes no engendramento das desigualdades e injustiças que dividem o mundo e trazem efeitos perversos e dolorosos para a saúde das populações mais pobres.


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