Rede observatório. Recursos Humanos em Saúde

Estação de Trabalho OBSERVATÓRIO HISTÓRIA E SAÚDE

Entrevistas

José Francisco Paranaguá de Santana

José Paranaguá nasceu em Campos Maior, Piauí, em 24 de abril de 1950. Filho de pais professores - seu pai foi professor na Universidade de Brasília (UnB), e irmão de cinco médicos, formou-se em Medicina pela UnB em 1974, onde também se especializou em Medicina Comunitária (1977) e obteve o título de mestre em Medicina Tropical no ano de 1980.

Recém-formado, Paranaguá trabalhou no Projeto de Medicina Comunitária de Planaltina, acordo entre a UnB, a Fundação Hospitalar do Distrito Federal (FHDF), o Fundo de Assistência do Trabalhador Rural (FUNRURAL) e a Fundação Kellogg, durante os anos 1976-78, período em que ele se envolveu especialmente com temas provenientes da área da Saúde Pública e da formação de Recursos Humanos em Saúde, tendo em vista que a proposta do projeto era desenvolver um currículo novo de Medicina, voltado para a atenção comunitária, além de experimentar um novo agente de saúde, o auxiliar de saúde, na expectativa de contribuir para o aumento de cobertura dos serviços de saúde na região.

 Planaltina foi seu passaporte para o ingresso na Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) como Consultor em Desenvolvimento de Recursos Humanos, na equipe do Programa de Preparação Estratégica de Pessoal de Saúde (PPREPS), a partir de 1979, justamente quando se deu um segundo momento na cooperação técnica entre a Organização e o governo brasileiro, com a ampliação de seus objetivos iniciais. Suas atividades como consultor no âmbito da cooperação técnica Opas-Brasil se estenderam até 1985, quando assume, a convite de Hésio Cordeiro, a Direção de Modernização Administrativa e Desenvolvimento de Recursos Humanos do INAMPS/MPAS, cargo que ocupou até 1988.

No âmbito da cooperação técnica entre a Opas e o governo brasileiro, Paranaguá foi personagem atuante, juntamente com a enfermeira Izabel dos Santos, no arranjo do chamado Projeto Larga Escala, cuja pretensão, de início, foi – como revela seu título – a formação de profissionais de saúde nível médio em grande escala, tendo em vista as necessidades de pessoal qualificado que se colocavam com a implementação do PREV-SAÚDE. No entanto, extinta a implementação deste, o Larga Escala acabou por contribuir decisivamente para a elaboração de metodologias pedagógicas consideradas inovadoras na formação de pessoal de saúde, fundamentais para as experiências seguintes: como o CADRHU e o PROFAE.

Em 1979, o médico chegou a trabalhar no Departamento de Assuntos Universitários, depois transformado em Secretária do Ministério da Educação (MEC). Atuou na implantação da Comissão Nacional de Residência Médica e da Secretaria Executiva da Comissão Nacional de Residência Médica e regulamentou a residência em Medicina Preventiva e Social no país. Em meados de 1995 até o início de 1996, assumiu a função de Coordenador-geral de Políticas de Recursos Humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS) no Ministério da Saúde.

José Paranaguá teve uma vida acadêmica intensa, com participação em cursos, seminários, encontros, debates e congressos no país e no exterior. Sua produção intelectual abrange temas relacionados à política de saúde, educação médica, regionalização e municipalização dos serviços de saúde, medicina preventiva e social no Brasil, formação profissional, cooperação técnica, reforma sanitária e gestão e gerência em saúde.

Atualmente, José Paranaguá é médico da Fundação Oswaldo Cruz e mantém o cargo de profissional gerente da Unidade Técnica de Políticas de Recursos Humanos de Saúde da representação brasileira da OPAS. É também um dos principais articuladores da Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde no Brasil, uma iniciativa da OPAS e da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SEGETES/MS), do Ministério da Saúde.

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